A filosofia Lean e o Provedor de Serviço Logístico

Os princípios Lean  corretamente usados como boas práticas em um Provedor Logístico é a maneira mais eficiente que as empresas encontram para funcionar com mais eficiência, criando um impacto mais positivo em seus resultados. Se você está trabalhando com um Provedor Logístico, então é bom que você esteja começando a adicionar os elementos Lean em suas instalações.

Existe a necessidade de ação para empresas individuais, é especialmente importante criar uma compreensão de como os recursos desperdiçados são importantes como um primeiro passo. Um processo de “aprender a ver” deve ser iniciado, apoiado não apenas pelas atividades de qualificação da equipe.

“A hora certa de consertar o telhado é quando o sol ainda está brilhando”

Ao conectar o Lean com o Provedor de Serviço Logístico temos dois pontos de vantagem. Um é interno e o outro externo. A visão interna pergunta “o que o Lean pode fazer para a minha organização gerar maiores receitas, reduzir custos e melhorar a lucratividade?” A perspectiva externa pergunta “se meus clientes estão implementando o Lean, o que preciso saber e fazer para continuar sendo parte da proposição de valor?” Vamos lidar com o primeiro interno.

Interno

Provedores de serviços Logísticos (PSL) têm uma oportunidade incrível para impulsionar a sua excelência operacional interna. Essas estratégias incluem a implantação de processos para o trabalho padrão, processos a prova de erros, análise de tempo e movimento, gerenciamento visual e as disciplinas de organização do local de trabalho (o 5S).

Além disso, pouquíssimos provedores conseguiram construir uma cultura de solução de problemas. Este último ponto é a maior oportunidade que existe.

O ambiente em um PSL é em grande parte composto por membros de equipe qualificados e não qualificados, supervisores, líderes de equipe e gerentes. Em outras palavras, as maiorias dos funcionários que trabalham na indústria estão engajados em “trabalho real”. No entanto, como líderes, não estamos engajando-os!

Taichii Ohno, o famoso engenheiro que liderou o desenvolvimento do Sistema Toyota de Produção, chamou essa falta de engajamento de um “terrível desperdício de humanidade”.

Esses membros da equipe vivem os problemas, veem e sentem os problemas (e, às vezes, causam os problemas), mas continuamos ignorando o potencial que toda a organização traz para resolver problemas na causa raiz. Esta é a etapa número um para qualquer Provedor que queira começar essa jornada de Pensamento enxuto.

Cuidado!

Quando começamos a engajar a força de trabalho para identificar e expor problemas, isso criará mais problemas a curto prazo! Por quê? Porque na maioria dos casos, somos submetidos a uma lavagem cerebral para acreditar que as causas de todos os nossos problemas são criadas por nossos clientes.

Se apenas nossos clientes pudessem nivelar suas remessas! Se apenas o cliente pudesse rotular as caixas corretamente! Se apenas o cliente pudesse carregar nossos caminhões mais rapidamente! Se pudéssemos obter dados mais precisos! E assim diz a história, se não fosse pelos nossos clientes, seríamos o outdoor de excelência operacional! Este nível de arrogância não sobreviverá à nova economia. Os volumes econômicos voltarão, mas não aos níveis que conhecemos no passado.

Vamos ver o crescimento, mas será gradual e relativamente plano. Tenha certeza de que haverá uma série de PSL competindo por menos oportunidades. Esta será verdadeiramente a sobrevivência do mais forte. E os mais aptos serão aqueles que verificarem seu ego, por darem uma boa olhada no espelho e perceberem que suas operações estão cheias de desperdícios e que nada têm a ver com o cliente ou outras forças externas. Como o grande filósofo Pogo disse certa vez: “vimos o inimigo e o inimigo somos nós”.

Externo

Jim Womack e Dan Jones, principais pensadores e autores em lean descrevem as organizações como

“Um acordo contínuo entre todas as empresas compartilhando o fluxo de valor para especificar corretamente o valor do ponto de vista do cliente final, remover ações desperdiçadas do fluxo de valor e fazer com que as ações que criam valor ocorram em fluxo contínuo conforme puxado pelo cliente”.

 

Ninguém é tão ingênuo para pensar que esta não é uma tarefa muito difícil. No entanto, sabemos algo dos últimos dois anos que será útil. As organizações que continuam a criar e tolerar o desperdício nos processos não sobreviverão no novo mundo. Excelência operacional não é bom ter, é um deve ter. Vamos examinar o porquê.

Excelência operacional

Antes do colapso econômico, muitas organizações estavam aproveitando a onda. Os negócios estavam ótimos mesmo não conseguindo mover o produto com rapidez suficiente. Nós construímos fábricas e centros de distribuição, contratamos pessoas em massa e a última coisa com que precisávamos nos preocupar era a redução de desperdícios. Então a maré mudou e foi necessário revertemos todas as decisões de crescimento fechando, reduzindo e eliminando.

À medida que os volumes voltam, as organizações serão confrontadas com uma questão muito difícil. Construímos, contratamos e aumentamos novamente sabendo o que sabemos agora? A questão de todas as perguntas é “como crescemos de forma constante e não acrescentamos custo de infraestrutura?”. A única maneira de conseguir isso é se concentrar nos princípios Lean, por eliminar todas as atividades inúteis e apenas fazer as coisas que agregam valor para o cliente.

Vamos voltar aos fundamentos.

Existem apenas três tipos de processos:

1 – Aquele que agrega valor: as coisas que são críticas para atender o cliente e o cliente está disposto a pagar. (pense em transformar produtos ou serviços para atender às expectativas dos clientes).

2 – Aqueles que agrega valor para o negócio: aquelas coisas que o cliente não se importa, mas devemos fazer de qualquer maneira. (pense na segurança interna, nos regulamentos).

3 – Aqueles que não agregam valor: aquelas coisas que o cliente não está disposto a pagar e serve apenas para drenar dinheiro e recursos da organização. (pense em retrabalho, armazenamento, obsolescência).

Quando as organizações não se concentram na excelência operacional, o crescimento serve apenas para aumentar os três tipos de processos.

Recebemos um novo cliente que tem um crescimento de 10% na nossa receita e nós necessariamente adicionamos 10% a mais de pessoas, espaço e despesas gerais. A curva de receita e a curva de custo fluem como vetores paralelos.

E se pudéssemos atrair novos clientes e não adicionar recursos de maneira linear? Isso pode ser feito substituindo atividades sem valor agregado por atividades de valor agregado. Em outras palavras, vamos parar de fazer as coisas estúpidas e só fazer as coisas inteligentes. Este será o novo mundo.

Que oportunidade incrível para a indústria por participar deste novo despertar que nossos clientes estão indo em direção. Nossas funções não serão apenas transportar e armazenar, mas sim identificar problemas, implementar soluções e agregar valor em uma infinidade de ofertas de serviços. Quem melhor para debater sobre o desperdício na cadeia de suprimentos do que um Provedor de serviço Logístico? Sentimos, conhecemos e vivenciamos os efeitos de muitos dos processos indisciplinados que criam o desperdício.

O objetivo é se tornar um líder nas soluções para eliminar esse desperdício da cadeia de suprimentos tendo como ponto de vista o a filosofia Lean.

Sustentando para o futuro

A filosofia Lean está em vigor. Alguns acreditam que é apenas outro programa que desaparecerá gradualmente. Em primeiro lugar, o pensamento enxuto existe há séculos. Em segundo lugar, Lean é saber o que o cliente quer, saber quais etapas do seu processo fornecem essas coisas e, em seguida, apenas fazer essas coisas. No processo de fazer isso, envolvemos os membros de nossa equipe, tratamos as pessoas com respeito e criamos um ambiente de aprendizado através da solução contínua de problemas.

A verdade é que não importa do que chamamos, Lean, TQM, Six Sigma, ISO. O que estamos falando é de ter um compromisso implacável com a melhoria contínua, a fim de eliminar as atividades de desperdício, e permanecer competitivo. Discutir sobre as virtudes dessa estratégia não é mais uma opção.

A sobrevivência dos clientes de um PSL dependerá do pensamento enxuto e, portanto, o nosso próprio futuro dependerá do nosso compromisso com o pensamento enxuto, tanto interno quanto externamente.

Até a próxima, seja o seu melhor, invista no sucesso de outros e faça a sua viagem contar.

Rodilson Silva

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